Haddad indica encontros periódicos entre Lula e Campos Neto

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Presidente Lula e presidente do Banco Central, Campos Neto, estabelecem bases para colaboração em encontros frequentes.(Foto: Reprodução/internet)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na quarta-feira (27 de setembro de 2023) que a reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, teve como objetivo estabelecer uma relação de cooperação para futuros encontros regulares. Lula havia feito críticas contundentes a Campos Neto durante meses devido à ausência de cortes nas taxas de juros pelo BC.

Jornalistas

Segundo Haddad, o encontro teve um caráter institucional, focando na construção de uma relação sólida e em acordar encontros periódicos. Ele afirmou aos jornalistas após a reunião: “Eu penso que foi um encontro, assim, institucional. De construção de relação, de pactuação em torno de conversas periódicas, foi excelente. [Vão ter novas conversas?] Vão ter.”

Este foi o primeiro encontro entre Lula e Campos Neto desde que o petista assumiu a Presidência da República em 1º de janeiro de 2023. A reunião ocorreu em um momento em que as críticas de Lula à política monetária conduzida pelo BC estão diminuindo. Haddad enfatizou: “Nós não conversamos sobre tópicos especiais, específicos. O presidente deixou claro o respeito que tem pela instituição [BC], a reciprocidade foi muito boa da parte do Roberto. Foi uma conversa realmente muito de alto nível.”

Autonomia

Roberto Campos Neto lidera o BC desde o governo de Jair Bolsonaro (PL). Com a autonomia da autoridade monetária, sancionada em 2021, ele e os oito diretores têm mandatos de quatro anos. Campos Neto confirmou que permanecerá no cargo até o término de seu mandato, em 31 de dezembro de 2024, embora possa ser reconduzido por mais quatro anos, algo ao qual ele se opõe.

O Banco Central foi alvo de críticas intensas de Lula e aliados do governo ao longo de 2023. De janeiro a setembro, Campos Neto foi criticado em 113 ocasiões, com seis dessas críticas ocorrendo somente em agosto e setembro. Lula mencionou a possibilidade de rever a autonomia do BC caso a economia não melhorasse e alegou que Campos Neto “jogava contra a economia”.