Haddad anuncia nova taxa para cobrir perda com Imposto de Renda

O ministro Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
O ministro Fernando Haddad (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo estuda a criação de uma nova taxa para compensar a perda de arrecadação com as mudanças no Imposto de Renda (IR).

O plano do governo Lula é taxar o mercado de apostas eletrônicas em jogos esportivos. “Jogo no mundo inteiro é tributado”, afirmou Haddad em entrevista ao Uol. De acordo com ele, a ideia é que esse assunto seja regulamentado ainda neste mês de março.

“Vou regulamentar. Reajustamos a tabela do IR, e isso tem uma perda pequena, mas tem. Vamos compensar com a tributação sobre esses jogos eletrônicos que não pagam imposto, mas levam uma fortuna do país”, disse o ministro.

O ministério da Fazenda ainda está fazendo cálculos de quanto será a arrecadação com a nova taxa. Segundo Haddad, a pasta realizou dois levantamentos que geraram estimativas, mas garantiu que a tributação vai gerar bilhões.

“Como não estão convergindo, não posso usar um número tão amplo. Entre R$ 2 bilhões e R$ 6 bilhões é muita coisa, a diferença de estimativa está dando isso. Vamos gastar mais uma semana pesquisando”, explicou.

O ministro ainda garantiu que o projeto de taxar apostas eletrônicas tem a aprovação do presidente Luís Inácio Lula da Silva. “É uma estimativa sobre um setor que nunca foi tributado. E um setor clandestino. Preciso de um número melhor”, pontuou.

A mudança na tabela do IR

Recentemente, o governo anunciou mudanças na tabela do Imposto de Renda. O atual limite de rendimento mensal para a pessoa não pagar IR é R$ 1.903,98 por mês, mas vai passar para R$ 2.640.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, revelou que 13,7 milhões de pessoas vão de pagar Imposto de Renda após essa medida. Esse número equivale a cerca de 40% do total de contribuintes.

A alteração fará o governo deixar de arrecadar R$ 3,2 bilhões em 2023. A medida vai entrar em vigor em maio. No próximo ano, a mudança causará um impacto de R$ 6 bilhões nas contas públicas.