“São 40 anos, mas parece que foi ontem.” É assim que Evandro Mesquita resume sua história de quatro décadas com a Blitz. E, para comemorar a data, a banda está em turnê pelo Brasil. Neste sábado (28), os veteranos da música chegam para um show no Teatro Bradesco, em São Paulo.
Em um papo exclusivo com o Mix Me, Evandro fala sobre a emoção que rodeia as apresentações e, sobretudo, o reencontro com o público, após o período mais duro da pandemia e do distanciamento social.
“Nos shows, nós temos mostrado as músicas que a gente já fez e as que estamos fazendo. É bem interessante e revigorante todos os shows da Blitz. Esse reencontro com o público tem sido muito emocionante. Temos feito grandes shows e vamos continuar com o circo na estrada por lugares que a gente já passou. É a oportunidade perfeita de encontrar nossos fãs e amigos. É sempre emocionante”, resume o cantor carioca, de 70 anos.
Ao longo dos anos, a Blitz foi se reinventando e cultivando a forma de fazer música – e que dá certo. Mas, com tanto tempo de estrada, Evandro garante que algumas coisas mudaram e outras continuam as mesmas.
“Muita coisa mudou. Tento me adaptar, mas sem perder a minha raiz, o meu Norte. Os conselhos do meu pai e da minha mãe sempre foram uma luz no final do túnel. E eu sempre tento passar isso para as minhas filhas e na minha arte”, diz o cantor, que é pai da Manuela, de 31 anos, e da Alice, de 16.
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Quando você olha para trás, quais sentimentos e lembranças passam pela sua cabeça?
Olho para trás e tento guardar as melhores lembranças possíveis do começo de tudo, dos primeiros shows, das primeiras roubadas e de toda conquista. Lembro de entregar uma fitinha cassete lá na Odeon [Odeon Records, gravadora] e conseguir que eles dessem essa oportunidade de gravarmos. E a Blitz entrou com o pé na porta, de uma porta que era fechada para o nosso tipo de música. Era o underground pedindo passagem.
Nessas quatro décadas muita coisa mudou na música e, também, no mundo. Como você sente que se adaptou a essas mudanças?
Fico triste olhando para trás e vendo quanta coisa a gente perdeu. Os anos 1970 foram tão maravilhosos, com todo o movimento de paz e amor que existiu. Isso foi se perdendo e, hoje, a gente está com toda essa violência, com as pessoas falando em armas, cada vez mais. Acho um vacilo, uma ignorância monstruosa. Sinto falta dessa vibração de fraternidade. Mas, com as músicas e os shows, a Blitz tenta resgatar essa vibração de alto astral.
Muitos momentos foram marcantes para Blitz e para você, em especial, né?
É muito bom olhar para trás e ver esses momentos marcantes, como o Rock in Rio… como a Blitz foi importante para a primeira edição do Rock in Rio, que era uma banda que fazia shows em estádios. Toda a nossa trajetória foi muito bonita: das casas chiques aos bailes de subúrbio. E, também, sair do Rio de Janeiro e conquistar o Brasil em várias gerações. E é isso que mantém a banda ativa e forte.
O que marca os 40 anos da Blitz, com músicas novas e turnê de comemoração?
A Blitz tem produzido muito. Estamos preparando quatro álbuns no momento. O primeiro é para resgatar os hits com a qualidade de hoje em dia, que se chama “Blitz Hits”. Também estamos preparando um outro álbum, com o lado B, de músicas que a gente adora e que não tiveram tanta exposição. Paralelo a essas produções, tem um álbum de músicas inéditas e um só com músicas de outros compositores, que têm uma pegada Blitz.
SERVIÇO
Dia: 28 de maio de 2022;
Horário: 21h;
Local: Teatro Bradesco (Rua Palestra Itália, 500 – Bourbon Shopping – Perdizes, SP);
Classificação indicativa: livre;
Venda de ingressos: entre R$ 80 e R$ 260,00 (compre aqui).
Jornalista que se aventura no mundo do entretenimento, famosos e música. Adora escrever, conversar e conhecer coisas novas.
