“Eu, Tonya”: História verídica de uma patinadora de gelo, na Netflix

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“Eu, Tonya”: História verídica de uma patinadora de gelo, na Netflix (Foto: Reprodução/internet)

Sob a direção de Craig Gillespie e com o roteiro elaborado por Steven Rogers, “Eu, Tonya” retrata a história verídica da patinadora de gelo Tonya Harding, uma figura de contrastes cuja trajetória foi marcada por altos e baixos.

Vencedor do Oscar de melhor atriz coadjuvante, conferido a Allison Janney pela interpretação da mãe de Tonya, LaVona, o filme também competiu nas categorias de melhor atriz, desempenhada por Margot Robbie, e melhor edição.

Conforme antecipado no início do filme, o roteiro foi baseado em entrevistas reais, o que, por mais surpreendente que pareça, se originou da vida tumultuada de Tonya, repleta de dramas e intrigas que rivalizam com uma trama ficcional. No entanto, não é o caso.

A história da patinadora:

A narrativa se inicia ao explorar a infância da patinadora, evidenciando sua notável habilidade desde os três anos e sua primeira vitória competitiva aos quatro.

Nascida em uma família empobrecida e conturbada, a separação dos pais em sua tenra idade fez com que ela se sentisse abandonada pelo pai. Sua mãe, uma figura rígida e agressiva, a levou a abandonar os estudos para se dedicar exclusivamente à patinação.

Tonya enfrentou uma infância e adolescência marcadas por um relacionamento abusivo com sua mãe. Alvo de abusos físicos e verbais, a jovem acreditava ser merecedora desse tratamento, o que a conduziu ao seu primeiro namorado e futuro marido, Jeff (Sebastian Stan).

Adolescente e apaixonado, o casal inicialmente parecia perfeito, compartilhando interesses e sintonia.

Comportamento agressivo do namorado

No entanto, após seis meses de relacionamento, Tonya revela que Jeff começou a agredi-la fisicamente. Apesar de apoiar sua carreira, ele buscava controlar seu comportamento, muitas vezes infantil e mimado, através da violência.

O casamento tornou-se tóxico, centralizando-se principalmente nessa relação que corroeu a trajetória de Tonya. Em 1991, Tonya alcançou o reconhecimento como uma das principais patinadoras dos Estados Unidos, tornando-se a primeira americana a executar um triplo giro no ar.

Conquistou medalha de ouro no Campeonato Nacional e prata no Internacional. Apesar de competir duas vezes nas Olimpíadas, sua performance não atingiu os melhores resultados.

O evento que abalou irremediavelmente sua carreira na patinação foi o escândalo envolvendo o ataque a sua concorrente, Nancy Kerrigan. A associação entre Tonya e o incidente não foi difícil, principalmente porque Kerrigan era a favorita da América e um obstáculo em seu caminho.

Jeff e o guarda-costas de Tonya, Shawn (Paul Walter Hauser), admitiram sua participação no crime, gerando grande comoção nos Estados Unidos.

Sobre as gravações:

Filmado em um curto período de 30 dias, “Eu, Tonya” contou com a aprovação da própria patinadora real e de seu ex-marido, Jeff. Margot Robbie e Sebastian Stan até os conheceram pessoalmente, sendo que Tonya auxiliou Robbie a treinar patinação para o papel.

No entanto, a verdadeira Nancy Kerrigan manifestou desinteresse em assistir ao filme, evitando reviver os acontecimentos. Apesar da vida dramática e ocasionalmente aterrorizante de Tonya, o roteirista Steven Rogers conseguiu inserir elementos cômicos, conferindo uma abordagem menos densa e traumática à narrativa.

Um dos destaques do filme é a cinematografia de Nicolas Karakatsanis, que acompanha os movimentos dos personagens, especialmente nas cenas de patinação, transportando os espectadores diretamente para a pista.