Elba Ramalho perdeu na justiça um processo em que tentava censurar uma paródia feita em um canal no YouTube. Segundo as informações do colunista Ricardo Feltrin, do UOL, tudo começou a após a cantora manifestar desconforto com uma manifestação política de seu público em show de São João em Salvador (BA), no dia 26 de junho.
“Não, não quero fazer política. Isso aqui é um show”, disparou a artista para os fãs. O vídeo que registra o momento viralizou nas redes sociais e virou alvo de críticas e memes, entre eles, uma paródia no canal da “Família Passos, Talkey”.
O vídeo tem o título de “Elba Ramalho e o Desespero” e mostra quatro artistas do canal acompanhados de violão, violino e bumbo fazendo uma paródia da música Ai que Saudade de Ocê. A esquete humorística já tem quase 170 mil visualizações.
“Não se admire se um dia/ o Datapovo invadir/ o show da Elba Ramalho/ xingar o Bozo e partir/ não adianta o desespero/ o povo tem seu desejo/ em outubro votar vermelho/ e votar no Petêêêê”, diz a letra.
Elba Ramalho acionou a justiça com uma petição que pede a retirada do vídeo da plataforma por considerar uma “paródia de conteúdo ameaçador, leviano e ofensivo” à sua honra, além de considerar uma “violação aos seus direitos autorais por usar sua música para realização da paródia”.
O pedido foi negado pela justiça e, ainda segundo o colunista, a cantora recebeu de volta a seguinte resposta: “A paródia é forma de expressão do pensamento, é imitação de composição literária, filme, música, obra qualquer, que resulta em composição nova, por meio da qual se identifica a remissão à obra original que é adaptada a um novo contexto, com versão diferente.”
“A paródia é uma das limitações do direito de autor, com previsão no art. 47 da Lei 9.610/1998, que prevê serem livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito. Respeitadas essas condições, é desnecessária a autorização do titular”, declarou a juíza Milena Angélica Drumond Morais Diz, na sua decisão.
A decisão não interrompe a ação de Elba, que ainda segue tramitando na 38ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Até o momento, a cantora não se manifestou sobre o assunto.
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui passagem por assessoria de comunicação e produção de críticas musicais desde 2020 em redes sociais. Apaixonado pelo universo e cultura pop, pesquisa e produz conteúdo para o nicho desde 2019.