Danielle Winits sobre envelhecer: ‘A gente não compra maturidade’

Nenhum medo e receio.” É assim que Danielle Winits encara o passar do tempo. Em conversa exclusiva com o Mix Me, a atriz de 48 anos revela que já encarou problemas com autoestima, mas viu na maturidade uma aliada.

Com um currículo extenso, entre novelas, filmes, séries e peças, Danielle se prepara para voltar ao teatro no Rio de Janeiro, com o espetáculo “A Mentira“, a partir do dia 1º de julho, no Teatro Claro, em Copacabana, Zona Sul da cidade.

“A gente não compra maturidade. A gente precisa investir nisso, nesse pensamento, de seguir o caminho sem pressa. Já tive problemas com autoestima e me considero uma pessoa que pensa muito na saúde. E essa questão da estética veio como uma consequência na minha vida, não como uma busca original. Sempre pelo viés do meu trabalho, ser uma atriz de musical, mesmo no teatro. Tudo cooperou para isso. Nenhum medo e receio”, analisa.

Danielle Winits se prepara para voltar ao teatro no Rio de Janeiro, com o espetáculo 'A Mentira', a partir do dia 1º de julho, no Teatro Claro, em Copacabana, Zona Sul da cidade (Foto: Divulgação)
Danielle Winits se prepara para voltar ao teatro no Rio de Janeiro, com o espetáculo ‘A Mentira’, a partir do dia 1º de julho, no Teatro Claro, em Copacabana, Zona Sul da cidade (Foto: Reprodução/Instagram)

Na comédia teatral, dirigida por Miguel Falabella, Danielle interpreta a personagem Alice, uma mulher otimista e que consegue enxergar o lado positivo da vida. Características essas que Winits admite ser uma boa coincidência entre ficção e realidade.

“Acredito que a alegria que eu tenho nos meus dias, ela também tem. Temos um lado otimista em comum. Ela consegue ter um lado mais otimista da vida, ela quer resolver as coisas, ser mais positiva. A personagem é maravilhosa, específica. Acho que eu imprimo um pouco do meu lado mais extrovertido. Mesmo dentro de um contextos de caos, de conflitos, existe um lado mais humorado”, conta.

Parceria e amizade de anos: Miguel Falabella e Danielle Winits em cena na peça 'A Mentira' (Foto: Divulgação/Caio Gallucci)
Parceria e amizade de anos: Miguel Falabella e Danielle Winits em cena na peça ‘A Mentira’ (Foto: Divulgação/Caio Gallucci)

Além da peça, escrita por Florian Zeller e com Frederico Reuter, Alessandra Verney e Miguel Falabella no elenco, Danielle Winits pode ser vista no reality “A Ponte: The Bridge Brasil“, do HBO Max. Na produção, que estreou no dia 9 de junho na plataforma, 12 de participantes disputam um prêmio de R$ 500 mil.

“Quando me chamaram para esse projeto, eu amei por ele ser diferente, como uma série, com oito episódios. Era mais uma experiência normal, sem tantas câmeras presentes. Aquilo me fascinou, principalmente por ser algo de aventura. Lá o intuito foi eu encontrar a força que eu achava que não tinha. Essa foi a minha real proposta”, diz.

No papo, Danielle Winits fala ainda sobre carreira, relação com os haters das redes sociais e o seu relacionamento com o ator André Gonçalves. Os dois estão juntos desde 2017.

“Ter o entendimento de cada pessoa é uma, cada um tem suas dores e alegrias, que podem ser partilhadas. É o respeito da individualidade e história de cada um, isso faz com que as pessoas fiquem próximas. É uma escolha diária, não tem essa de ‘para sempre’, de ‘eterno’. Isso às vezes atrapalha as relações. E a sociedade impulsiona isso o tempo todo”, conta.

Danielle Winits fala sobre carreira, relação com os haters das redes sociais e o seu relacionamento com o ator André Gonçalves (Foto: Divulgação)
Danielle Winits fala sobre carreira, relação com os haters das redes sociais e o seu relacionamento com o ator André Gonçalves (Foto: Reprodução/Instagram)

Leia a entrevista completa

Você acredita ter algo em comum com a personagem Alice?

Acredito que a alegria que eu tenho nos meus dias, ela também tem. Temos um lado otimista em comum. Ela consegue ter um lado mais otimista da vida, ela quer resolver as coisas, ser mais positiva. A personagem é maravilhosa, específica. Acho que eu imprimo um pouco do meu lado mais extrovertido. Mesmo dentro de um contextos de caos, de conflitos, existe um lado mais humorado. Acho que a gente tem que sempre tirar algo de bom, mesmo em meio aos problemas. Tem que haver um saldo positivo, como é a história da peça.

Como surgiu o convite para a peça?

O Miguel Falabella me chamou para participar, ele é o diretor. Foi mais uma das alegrias da minha vida, que é trabalhar com ele. Depois de todas as dificuldades que a nossa classe vem enfrentando, teve um contexto muito especial. É uma alegria na vida e no trabalho. Temos uma história e somos pessoas muito ligados. Ele faz parte da minha família e isso é uma via de mão dupla. Ele é um grande instrumento para a nossa cultura, ele consegue fazer parte do teatro e de movimentos necessários. O teatro é o nosso berço e temos esse encontro, principalmente “depois” da pandemia. A gente voltou meio no escuro, mas foi um sucesso. Em São Paulo a gente foi um fenômeno, só gratidão.

Qual é a mensagem principal que a peça quer passar?

É uma mensagem de questionamento. Até onde as pessoas investem nas relações? Até onde a gente consegue superar e investir em uma relação, mesmo sendo seres imperfeitos? Não existe julgamentos de uma pessoa perfeita. O verdadeiro ele é imperfeito (risos). Ele aceita a paz e aceita o caos, tem que existir esse equilíbrio. Todo mundo acaba precisando encontrar o caminho do meio.

Miguel Falabella e Danielle Winits em cena na peça 'A Mentira' (Foto: Divulgação/Caio Gallucci)
Miguel Falabella e Danielle Winits em cena na peça ‘A Mentira’ (Foto: Divulgação/Caio Gallucci)

Você se considera uma mulher vaidosa?

Já tive problemas com autoestima e me considero uma pessoa que pensa muito na saúde. Eu sempre dancei. E essa questão da estética veio muito como uma consequência na minha vida, não como uma busca original. Sempre pelo viés do meu trabalho, ser uma atriz de musical, mesmo no teatro. Tudo cooperou para isso. Sempre busquei por esse lado. Mas, em vários momentos, já estive com problemas de questionamentos, em meio às curvas erradas. A gente mesmo coloca isso. Depois de um tempo eu aprendi que a questão de autoestima só vem da gente mesmo, é uma busca muito pessoal.

Você está com 48 anos e sempre exala beleza e aceitação. Você tem medo de envelhecer?

Nenhum medo e receio. Com o passar do tempo, a gente enxerga que mudanças são profundas. Ao meu ver, os 20, 30 anos, são muito exaustivos (risos). Emocionalmente falando, a gente tá sempre achando que a vida é pra ontem. E o legal é o nosso caminho, não é o destino. Nessa época, parece que não apreciamos as situações. Então, independente da idade, o caminho continua. E, se for preciso, a gente volta no caminho e retorna o trajeto necessário. Prezo muito pela minha serenidade, pela paz. Nem se compara. A gente não compra maturidade. A gente precisa investir nisso, nesse pensamento, de seguir o caminho sem pressa.

Em conversa exclusiva com o Mix Me, a atriz de 48 anos abre o jogo sobre relacionamento, medo de envelhecer e a vida profissional (Foto: Reprodução/Instagram)
Em conversa exclusiva com o Mix Me, a atriz de 48 anos abre o jogo sobre relacionamento, medo de envelhecer e a vida profissional (Foto: Reprodução/Instagram)

Recentemente você participou de “A Ponte”, no HBO Max. Você acha que lá deu para mostrar quem é Danielle Winits fora do meio artístico?

Quando me chamaram para esse projeto, eu amei por ele ser diferente, como uma série, com oito episódios. Era mais uma experiência normal, sem tantas câmeras presentes. Aquilo me fascinou, principalmente por ser algo de aventura. Lá o intuito foi eu encontrar a força que achava que não tinha. Essa foi a minha real proposta. Foi muito bacana e pude me desafiar. Nunca quero achar que já cheguei em determinado lugar, quero ir sempre além. A mensagem que o projeto trás é legal demais, é gigante.

Como você lida com haters nas redes sociais?

Olha, eu não sou uma pessoa de embate, gosto muito de resolver conflitos, não gosto de discussões. Mas, às vezes, sou um pouco justiceira (risos). Tenho um lado um pouco assim. Não procuro, mas não neutralizo as situações. Não faço isso de uma pauta na minha vida, não. Tenho dois filhos para criar e sem tempo para isso. Essa prática para mim, ela não leva a lugar nenhum. Prefiro depositar a minha vida em coisas positivas e gosto do que me faz bem. Sou doadora enquanto artista e o ódio não me atinge, não faz parte de mim.

O que faz durar um relacionamento?

Acho que é não julgar e respeitar. Ter o entendimento de cada pessoa é uma, cada um tem suas dores e alegrias, que podem ser partilhadas. É o respeito da individualidade e história de cada um, isso faz com que as pessoas fiquem próximas. É uma escolha diária, não tem essa de “para sempre”, de “eterno”. Isso às vezes atrapalha as relações. E a sociedade impulsiona isso o tempo todo. A religião também não ajuda muito. Mas, acredito que o mínimo é o respeito para que tudo aconteça de forma harmônica. Somos seres livres, dentro de nossas evoluções, temos que respeitar isso: fraquezas e fortalezas.