A série sul-coreana tem apenas uma temporada e foi estreada em 29 de junho de 2022 com o protagonismo da grande atriz Park Eun-bin, 30 anos, que deu um show de atuação a viver a advogada autista Woo Young-woo. Confira um trecho da sinopse:

“Devido à sua inteligência e memória fotográfica, ela conseguiu um trabalho em um grande escritório de advocacia. Por outro lado, emocionalmente, Young Woo não se dá muito bem com interações sociais. Como resultado, muitos a vem como solitária ou ‘estranha'”

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1. Autismo na vida real?

A atriz Park Eun-bin começou a carreira de atriz quando criança. Ela ficou mais famosa ao atuar como Hello, My Twenties! (2016–2017). Devido sua impecável interpretação na série, muitos fãs chegaram a pensar que Park seria uma autista na vida real, mas ela revelou que não possui o espectro de autista. 

“Fui muito cautelosa, e fiquei com medo de causar algum preconceito. Sempre pensei: ‘Eu realmente posso atuar desse jeito?’ Aí, encontrei a resposta. Ao invés de pensar na atuação, o que eu precisava era entender meus sentimentos”, explicou a atriz a emissora sul-coreana ENA.

Segundo ela, houve uma grande preparação para viver a personagem, ela chegou a ficar pesquisando sobre o assunto e tentou dar uma personalidade muito própria a Young-woo:

“Me encontrei com um professor para pedir conselhos sobre autismo e aprender as características gerais das pessoas autistas. O resultado dos meus estudos é a Woo Young-woo que vocês podem ver na série”, acrescentou.

2. A série virou história em quadrinhos na Coréia do Sul

A série fez um sucesso extraordinário pelo mundo, sendo inspiração até para uma futura série norte-americana. Mas, no tocante ao continente Asiático, a série ganhou uma história em quadrinhos na Coreia do Sul.

O primeiro capítulo foi lançado em 27 de julho de 2022, contendo 60 capítulos e lançado nos idiomas coreano, japonês, chinês e inglês.

3. Baseada em uma História Real

O enredo sul-coreano possui diferenças consideráveis, porém ele é baseado na história real de uma mulher com aspecto autista, mas que se tornou uma das cientistas mais conhecidas do mundo por sua genialidade. A série é baseada é um gênio, chamada Temple Grandin.

Um artigo recente do portal Hankook Ilbo – via Jagrant TV – detalhou que os criadores se inspiraram na cientista americana. Contudo, decidiram levar a produção para o meio jurídico.

Na série coreana, apesar de sua inteligência e habilidades, as pessoas ao redor de Woo Young, enxergam seu autismo como uma fraqueza. Por isso, a personagem principal precisa superar obstáculos para se estabelecer como advogada.

Temple Grandin

Temple Grandin, é uma cientista, zootecnista e designer industrial americana. Sua experiência pessoal com o autismo a motivou a buscar uma profissão nessa área. Os criadores de Uma Advogada Extraordinária a usaram como exemplo, do crescimento que Woo Young necessitaria.

A inspiração para a série nasceu em Boston, Massachusetts, em 29 de Agosto de 1947. A cientista é professora de Universidade, a Colorado State University, nos Estados Unidos. Temple recebeu o diagnóstico de autismo quando tinha apenas 2 anos de idade.

Naquele período, o cenário não era incentivador. Infelizmente, os médicos da época afirmaram para a família que Temple precisaria de cuidados diários e que teria problemas em sua comunicação. Em razão disso, ela sofreu bullying durante o período escolar.

Essa é uma das características marcantes que são possível de enxergar na personagem coreana Woo Young Woo, com todas suas dificuldades para falar na infância, suas atividades extracurriculares foram o pontapé inicial para que ela crescesse como profissional.

A inspiração de ‘Uma advogada extraordinária’

As grandes dificuldades encontradas ao longo da vida da zootecnista foram abordadas na série. Assim como Grandin, a personagem foi diagnosticada com autismo aos 2 anos de idade, sendo que os médicos disseram que a futura advogada sequer falaria.

Todavia, surpreendendo a todos, inclusive o seu pai – seu maior apoiador, a coreana decorou todo Código Penal que o pai mantinha em casa, na época que estudava Direito, antes de desistir de tudo para se dedicar aos cuidados com a filha.

O professor Kim Byung Gun, serviu como conselheiro da série. Ao Hankook Ilbo, ele contou que o objetivo era criar um personagem que mudasse algumas concepções em torno do autismo. O principal é que, tais pessoas precisassem de cuidados ou fossem incapazes de se envolver na sociedade.

4. Improviso nos Tribunais

Devido à dificuldade para decorar os termos jurídicos, a atriz confessou que em muitas cenas, ela acabou improvisando. Além dela, a estrela dos improvisos foi o ator Kang Ki-young dá vida ao advogado sênior Jung Myeong-seok, um mentor relutante que vem a se tornar um aliado de Woo.

“Interpretar um advogado experiente de forma convincente foi o que mais me preocupou”, revela o ator, reconhecendo que foi desafiador ficar à vontade com o jargão jurídico usado na série. No entanto, ele conseguiu encarnar o personagem com tanta naturalidade que até improvisou algumas falas.

Os fãs adoraram esses improvisos e estão comentando nos vídeos do YouTube: “Não dá para acreditar que as cenas que mais me fizeram rir foram todas improvisadas. Isso mostra como ele estudou o personagem”.

Já Kang Tae-oh encarou o desafio de retratar Lee Jun-ho, que trabalha diretamente com Woo:

“Meu personagem é mais reativo e usa muito o olhar e as expressões faciais para expressar as emoções. Eu quis retratar as emoções dele de forma equilibrada – nem muito, nem tão pouco – e acho que isso gerou muitas conversas com o diretor no set”, contou.

5. A representação dos Alfinetes

Na coreia do Sul é muito comum encontrar homens que utilizem símbolos no terno que demonstrem qual o seu grau no Direito, seja como advogado, promotor ou demais áreas jurídicas.

Os alfinetes de cinco lados que os advogados usam na parte superior esquerda do peito são um símbolo do judiciário na Coréia e indicam que eles são membros da profissão jurídica.

Já as faixas vermelhas usadas por alguns dos advogados indicam que eles servem ao governo como promotores.

6. A atriz demorou mais de um ano para aceitar o papel

Pela dificuldade do papel, a protagonista contou que não quis aceitá-lo por não se sentir capaz de fazê-lo, porém o criador da narrativa não abriu mão da atriz, até que ela aceitasse o papel, do qual ela interpreta com majestade. Tanto que levou um ano para o diretor e a roteirista a convencerem.

Após dizer “sim”, ela se jogou na personagem e conheceu acadêmicos especializados no estudo do espectro autista como parte de seu processo de pesquisa.

Evellyn Alves

Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada,  apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.