A série brasileira Irmandade é um sucesso da plataforma de streaming da Netflix. O cantor Seu Jorge é um dos protagonistas e vive o personagem Edson, da trama que retrata a formação de uma facção criminosa dentro de um Presídio, assim como os reflexos dela no mundo atrás das grades.
A atriz Naruna Costa, também é protagonista no enredo fazendo o papel de Cristina Ferreira, irmã de Edson. A família possui graves problemas desde a infância, mas apesar disso, Cristina consegue trabalhar no Ministério Público da sua cidade, porém acaba sendo envolvida na facção ao longo da história.
O seriado possui atualmente duas temporadas, sendo que a primeira foi lançada no ano de 2019 e a segunda em 2022. O gênero é de drama policial e tem como elenco os famosos atores: Naruna Costa, Seu Jorge, Hermila Guedes, Lee Taylor, Danilo Grangheia, Wesley Guimarães e Pedro Wagner.
Neste conteúdo você encontrará:
1. Local das gravações
O local das gravações da série foi em um Presídio Ativo localizado em Curitiba, Paraná. Pedro Morelli revelou que a uma ala desativada da Penitenciária Estadual de Piracaia foi a maior locação para gravar toda narrativa da vida dos presidiários.
Importante ressaltar que, apesar da ala do presídio estar desativada, todas as medidas de prevenção foram feitas, assim como em cadeias ativas. Sendo assim, toda a equipe era revistada e precisava deixar para fora do set qualquer objeto que pudesse “favorecer” os detentos das outras alas que continuavam funcionando.
Para demonstrar a rigidez do local, Seu Jorge contou que um dos figurantes quase não conseguiu sair do local, pois havia esquecido sua identidade em algum lugar.
2. Adaptação do vocabulário
Em qualquer lugar do mundo, existem os chamados sotaques, mas especificamente para a série, por ter um enredo extremamente de ‘quebrada’, presídio, era necessário que os atores se adaptassem a essa realidade, tendo que aprender a falar as gírias mais comuns das comunidades.
Para conseguirem êxito em uma linguagem que passasse verdade em sua fala, os atores enfrentaram grandes desafios na adaptação de seu vocabulário. O rapper Mano Brown, vocalista do Racionais MC’s foi uma figura de suma importância para ajudar os atores com as gírias.
Além do Mano Brown que é muito próximo de Seu Jorge, e o grupo de rap, o elenco foi auxiliado por amigos pessoais que estão inseridos em comunidades e também que já tiveram vivência nesse universo de comunicação.
O ator Wesley Guimarães, que vive o papel de Marcel, irmão mais novo de Edson e Cristina, contou que veio da Bahia e que não sabia absolutamente nada do dialeto local, veja:
“Como eu vim lá da Bahia para São Paulo muito rápido, não tive tempo para me adaptar com as gírias e o vocabulário daqui. Como precisei dar meu jeito, acabei pedindo ajuda para alguns amigos meus que moram lá na Zona Leste e consegui viver o Marcel sem ficar muito engessado”, declarou.
3. Presidiários das Alas ativas da Penitenciária
O cantor Seu Jorge contou que os presos das demais alas ativas do presídio conseguiam assistir algumas partes das gravações, e que grande parte dos carcerários o reconheceram. Veja o que o sambista comentou:
“No momento em que eles me reconheceram e pediram para que eu os representasse, foi muito forte. Naquele instante eu percebi que o que a série retrata não é brincadeira. Muitas pessoas ainda sofrem no sistema carcerário e isso não deveria ser uma realidade”, disse.
O ator Lee Taylor, que interpreta Ivan no seriado, também falou sobre uma outra experiência que teve em 2009, quando gravou dentro de uma prisão completamente ativa, e refletiu sobre a questão da liberdade.
“Foi uma experiência única, em que eu sempre saia sobrecarregado e aliviado, porque eu sabia que iria para fora daquele lugar no final do dia.”
4. Diálogo com o diretor da série – Pedro Morelli
Durante algumas entrevistas a respeito da série, os atores comentaram sobre a liberdade que o produtor e diretor Pedro Morelli deu para os artistas se posicionarem, terem autonomia e darem suas opiniões sobre a série com bastante flexibilidade.
Durante a conversa, Seu Jorge e Neruna contaram que tiveram grande espaço para dialogar com o diretor geral da obra. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos atores foi a primeira locação, que deveria representar uma favela típica dos anos 1970, uma das épocas em que a série se passa.
No momento em que ambos perceberam a liberdade do diálogo com Morelli, eles opinaram sobre a estética da comunidade, que poderiam ter casas de madeira e chão de terra. O diretor aprovou a ideia, assim como a equipe de produção também.
No tocante ao diálogo na série, o ator Pedro Wagner, que interpreta o personagem Carniça também aprovou o relacionamento com a equipe de produção.
“Em determinado momento, eu precisei inserir minhas raízes no [seu personagem] Carniça. Ele precisava ser nordestino, porque tudo o que a série retrata também acontece no restante do Brasil. Eu tive muita liberdade para expor meus pontos para a equipe.”
5. Momentos de descontração
Uma das protagonistas da série, Naruna Costa, que interpreta Cristina, irmã de Edson, contou uma característica interessante sobre o sambista. Ela declarou que durante os intervalos de gravação, Seu Jorge praticava como hobby o crochê.
“No primeiro dia que o Seu Jorge veio para o ensaio, eu abri a porta e me deparei com ele fazendo crochê no canto da sala. Pensei ‘nossa, é o Seu Jorge’ e ele lá de boa fazendo um crochêzinho…”, conta a atriz.
Outro momento de descontração durante as gravações rolou com a figuração, conta Seu Jorge:
“A gente conseguiu fazer uma coisa rara de se fazer. A gente fez um churrasco com a figuração. Foi incrível porque isso nunca rola. Figuração é figuração. Mas a galera estava muito cuidada e tinha uma coisa muito forte ali. Estava todo mundo ligado com a mensagem que estava deixando”.
6. A trama não tem relação com o PCC
Irmandade é uma facção formada por Edson, vivido por Seu Jorge, por essa razão, muitas pessoas acabam acreditando que a trama está associada automaticamente a história da constituição do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O diretor esclareceu que apesar das semelhanças, como a narrativa se passar no estado de São Paulo e no mesmo período em que o PCC foi criado, na década de 90, “Irmandade” não passa de uma história de ficção:
“A gente fez uma vasta pesquisa sobre o universo das facções criminosas brasileiras e não se inspirou em nenhum caso real, personagem ou pessoa que existiu de verdade. A facção não é inspirada em nenhuma facção específica. A gente misturou várias facções, pegamos o conceito e tentamos aplicar de forma fictícia”, esclareceu.
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.
