Casagrande detona Daniel Alves “se faz de vítima”

Casagrande e Daniel Alves (Imagem/Montagem)

Daniel Alves está preso desde o dia 23 de janeiro em Barcelona, segundo informações do jornal espanhol “La Vanguardia”, o jogador pareceu tranquilo nos primeiros dias de prisão. Ele teria afirmado aos profissionais do presídio algo que deixou Walter Casagrande extremamente irritado.

Casagrande é um ex-jogador de futebol brasileiro e trabalhou como comentarista esportivo na TV Globo até o ano passado. O ex-atacante ficou incomodado por Daniel ter dito que:

“Saiu com 15 anos de casa, superou muitas situações difíceis na vida e essa será mais uma”. No “Fim de Papo”, Walter Casagrande criticou a suposta declaração do jogador e salientou que a vítima do caso é a mulher.

“Vamos colocar as coisas em ordem, dificuldade e pedra no caminho não é crime, se você nasceu numa família com dificuldade, sofreu, mas pelo talento no futebol você superou, foi jogar na Europa, conquistou vários títulos, jogou no Barcelona, na Juventus, isso aí é só dificuldade de afirmação e pedra no caminho. Mas a partir do ponto que você é acusado de estupro, não tem nada de pedra no caminho, de dificuldade, isso aí é crime. Não pode deixar inverter os valores das coisas.”

“Esses casos tem três etapas do acusado. Primeiro a negação, mas o depoimento da menina mostra que ela o conheceu; o segundo é se fazer de bonzinho, dizer ‘vou aceitar o que for, cumprir o que for definido’; e a terceira é se colocar como vítima, tentar inverter, se colocar numa posição que as pessoas tenham dó. É isso que ele está fazendo, tentando se colocar como uma vítima ou como herói, porque conquistou as coisas e veio de uma família difícil”, analisou Casão.

Casão reiterou em todos os momentos que a verdadeira vítima na história é a jovem de 23 anos que teria sido estuprada, ele destacou o grave estado psicológico que a vítima deve estar:

“A vítima é a menina, temos que nos preocupar como está a menina. Pelo que eu sei, está com problemas psicológicos, insônia, não consegue dormir desde quando aconteceu isso. Se fala muito do Daniel, de como será a vida dele depois, se ele estragou a vida? A vida estragada é a da menina, não podemos cair nessa conversa e esquecer que a vítima é a menina. Nesse momento a vida estragada é a da menina, quem está sofrendo e passando por tratamento psicológico e psiquiátrico é ela.”

Caso de Daniel Alves e de Robinho

O colunista da UOL (Casagrande), comentou sobre as casos de jogadores da seleção brasileira que foram acusados de estupro. Ele assevera que intimou os atletas para se pronunciarem a respeito do caso de Daniel Alves.

“Já faz anos que cobro e mostro que a classe de jogadores de futebol é corporativista e se cala em situações importantes em que deveriam se posicionar. Não são só os jogadores, aliás. Uma boa parte da imprensa esportiva também se cala e paparica, passa pano para esses atletas estrelados”

Para quem acredita que Casagrande só se pronunciou agora, está equivocado. Ele já fala a respeito disso há muito tempo, porém só ganhou notoriedade depois da Copa do Catar. O colunista comentou sobre o comportamento dos jogadores referente ao uso de drogas ilícitas, comparando ao próprio comportamento:

“Estou mostrando que o comportamento desses jogadores, sem generalizar, não é compatível com a posição de ídolos do futebol. Muitos podem dizer: ‘E o seu comportamento, foi legal?’. Na parte de posicionamento em questões sociais e na participação como cidadão, foi muito legal. Os erros que cometi foram graves, mas consegui me recuperar e usar o meu problema para alertar e ajudar famílias e pessoas que também são dependente ou codependentes”

No artigo escrito, além de mencionar o caso de Daniel Alves, Walter citou o goleiro Bruno, condenado por assassinar Elisa Samudio e Robinho, condenado na Itália por estupro, dizendo que eles não deveriam ser considerados como ídolos.

“Não se pode mais passar pano para ninguém que comete o crime de estupro, seja ele quem for. Acusado por este crime, Daniel está preso e sem direito a fiança. A Justiça espanhola não quer correr o risco de ser alvo de deboche por parte do suposto criminoso Daniel, como o criminoso Robinho faz com a Justiça italiana”.

Casagrande diz que “não é fazer julgamento prévio, mas discutir atitudes antissociais desses ídolos”. Por fim, ele cobrou os jogadores de futebol a se posicionarem sobre os casos mencionados:

“Acho que a sociedade está esperando os jogadores de futebol se posicionarem sobre o caso do estuprador Robinho e sobre essas acusações e implicações do caso Daniel Alves. Código do silêncio com crimes é omissão e conivência. Vocês irão ficar calados até quando?”