“A gente queria uma palavra forte e chegamos em kindala, que no idioma bantu significa “agora”. Mas como a proposta é mostrar desde a ancestralidade até os dias de hoje, também buscamos algo atual, e agregamos a frase “que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, que é uma referência à música AmarElo, do Emicida, um artista que tem muita coisa pra falar e precisa ser ouvido”.
Fundada no ano de 1971, a Sociedade Rosas de Ouro, é uma escola de samba originária na Brasilândia, por José Luciano Tomás da Silva, Jorge Augusto de Andrade, João Roque “Cajé”, José Benedito da Silva “Zelão”, Hernane Basílio, Ronaldo Gomes e Eduardo Basílio.
A escola teve o nome inspiradora em uma condecoração instituída pelo Papa Gregório III em 730, para condecorar virtuosas princesas católicas, o buquê de Rosas de Ouro. Ela representa uma pequena roseira de ouro maciço.
A flor dourada brilhando reflete a majestade de Cristo, com uma simbologia muito apropriada, já que os profetas o chamaram “a flor do campo e o lírio dos vales”. Sua fragrância, de acordo com Leão XIII, “mostra o odor doce de Cristo que deve ser difundido extensamente por seus seguidores fiéis” , e os espinhos e o matiz vermelho relembram a sua paixão”.
Carnaval 2023
Rosas de Ouro desfilará no Sambódromo do Anhembi no dia 17 de fevereiro, em uma sexta-feira, por volta das 03h15. Dentro do Grupo Especial, será a quinta escola de samba a desfilar, na primeira noite do grupo especial.
O enredo
O enredo: “Kindala! Que o amanhã não seja só um ontem com um novo nome”, foi criado pelo carnavalesco Paulo Menezes. A escola faz reflexão sobre a resistência negra, busca por respeito e igualdade racial, além da luta contra o racismo. Confira o significado pelo autor:
O samba
O amor está em cada um de nós
Vamos juntos semear a paz
A Brasilândia vem, mostrar no seu carnaval
Um mundo novo de igualdade racialÁfrica!
Chegou a hora da verdade
De devolver a paz que o mundo te roubou
Kindala, é uma questão de refletir e dar valor
Se a pele negra clareou
O negro é o pai da humanidade
Civilizações organizadas
Cultura e fé dos ancestrais
Mas veio a escravidão do branco opressor
Trazendo humilhação e muita dorArrasta pra lá e faz trabalhar
A religião vem beirando o mar
O banzo é saudade
Lá em palmares um grito de liberdadeEm vários momentos da história mundial
O povo preto deu seu toque genial
Lutou, construiu a nossa riqueza
É de pensar e escrever
Pra resistir, fez florescer
Mas apesar do valor
A majestade virou rei da pobreza
Tristeza e a gente tem que repensar
E acreditar na união
É um dever, um reconhecimento
A Rosas de Ouro te pede perdão
Ficha técnica
- Fundação: 18/10/1971
- Cores oficiais: azul, rosa e branco
- Presidente: Angelina Basílio
- Carnavalesco: Paulo Menezes
- Mestre de Bateria: Rafael Oliveira
- Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Everson Sena e Isabel Casagrande
- Direção de Carnaval: Osmar Costa, Leandro Lion, Evandro Souza e Victor Lebro
- Direção de Harmonia: Júlio Cesar Teixeira, Fernando e Bruno Raimundo Amaral
- Rainha de bateria: Ana Beatriz Godói
- Intérprete: Royce do Cavaco
- Coreógrafa da Comissão de Frente: Helena Figueira de Moura Ramos
- Colocação em 2022: 9º lugar – grupo Especial
Formada em Direito pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Advogada, apaixonada pelo universo do entretenimento, astrologia, área informativa política e internacional. Se dedica a esse nicho como redatora e repórter, produzindo conteúdos desde 2021.