Na última quarta-feira (24), morreu, aos 80 anos, Marilene Galvão, da dupla As Galvão. As duas irmãs pioneiras no sertanejo encerraram uma carreira de mais 70 anos que iniciou ainda na infância e se encerrou em 2021 por conta do agravamento do quadro de Alzheimer de Marilene.
Mary Galvão nasceu na cidade de Ourinhos (SP) em 1940. Marilene nasceu em Palmital (SP) em 1942. A mias velha tocava sanfona e a mais nova tocava viola. As duas começaram a cantar juntas respectivamente aos 7 e 5 anos de idade. Incentivadas pelos pais, a dupla fez sua estreia em um programa na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista (SP), em 1947.
A convite do Dr. Miguel Leuzi, proprietário de uma rede de emissoras de rádio, a dupla intitulada irmãs Galvão, foi a São Paulo para uma apresentação na Rádio Piratininga e após apresentação em um programa de calouros, se tornaram parte do elenco da emissora.
Aos poucos as irmãs foram ficando conhecidas e acabaram contratadas pela gravadora RCA Victor. Em 1955, a dupla lança um disco de 78 rotações por minuto com as músicas “Carinha de anjo” (Paschoal Yanuzzi e Fábio Mirhib) e “Rincão Guarani” (Maurício Cardozo Ocampo, Diogo Mulero Palmeira e Centorion).
A partir daí o sucesso só foi crescendo e as irmãs Galvão lançaram clássicos como “Beijinho doce” (Nhô Pai, 1945), a canção que ficou consagrada nas vozes da dupla. Elas seguiram lançando discos com toadas, modas de viola e músicas voltadas para o universo caipira até o final dos anos 1980.
As Galvão também eram sucesso em programas de TV voltados para o sertanejo como ‘Viola, Minha Viola’, ‘Som Brasil’, ‘Canta Viola’, ‘Especial Sertanejo’ e ‘Musicamp’, entre outros.
“Pecado Loiro”, “Não Me Abandones” e “Apenas Um Pecado”; foram alguns dos sucessos. , lançadas pelas Galvão e que, mais tarde, foram, regravados por outras duplas sertanejas. “No Calor dos Teus Abraços”, “Pedacinhos”, “Coração Laçador”, “Menino Canoeiro” e “Lembrança” também estão entre os sucesso mais lembrados.
A partir dos anos 1990, a discografia da dupla foi reduzindo e o foco foi ficando apenas nos shows. No entanto, as irmãs nunca deixaram de serem reconhecidas por serem uma das unicas duplas sertanejas femininas em uma época em que o meio era dominado pelos homens.
2017, As Galvão comemoraram os 70 anos de carreira com o DVD ‘Soberanas – 70 anos ao vivo’ e com o documentário ‘Eu e minha irmã – A trajetória das Irmãs Galvão‘, dirigido por Thiago Rosente.
Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Possui passagem por assessoria de comunicação e produção de críticas musicais desde 2020 em redes sociais. Apaixonado pelo universo e cultura pop, pesquisa e produz conteúdo para o nicho desde 2019.