A página Choquei, recentemente criticada por divulgar uma suposta conversa entre Jéssica Vitória e Whindersson Nunes, emitiu uma nota após o proprietário prestar esclarecimentos na delegacia nesta quinta-feira (28/12). A nota, publicada nas redes sociais, expressou solidariedade à família de Jéssica: “O perfil Choquei lamenta profundamente o ocorrido com Jéssica Vitória Canedo e se solidariza com sua família. Informamos aos seguidores que, em sinal de respeito pelo trágico acontecimento, as redes da Choquei estavam paralisadas até este momento”, iniciou a publicação.
Prosseguindo, a página detalhou o depoimento: “Nesta quinta-feira (28/12), o proprietário do perfil Choquei prestou esclarecimentos à Polícia Civil de Minas Gerais e apresentou fatos e documentos que contribuem para elucidar o episódio e dar a real dimensão do papel da Choquei no caso”. O perfil também mencionou ter fornecido provas e diálogos demonstrando a remoção imediata do conteúdo falso assim que sua falsidade foi descoberta.
A Choquei revelou estar passando por um processo de reavaliação interna e implementação de filtros e códigos de conduta. “Neste momento, a Choquei passa por um profundo processo de reavaliação interna dos métodos adotados, visando a implementação de filtros e códigos de conduta para evitar que episódios dessa natureza voltem a acontecer”, afirmou.
Finalizando a nota, a Choquei declarou estar à disposição para colaborar com as investigações e melhorar o setor de notícias online, reiterando sua solidariedade à família de Jéssica Vitória Canedo. Entretanto, no Twitter, usuários criticaram fortemente a página: “É mentira que a página Choquei tenha retirado imediatamente o post ao saber que era mentira. A página manteve o post no ar por dias, mesmo com uma nota da comunidade alertando sobre a fake news. Ademais, o dono da página zombou do pedido de ajuda de Jéssica”, comentou um internauta. Outros expressaram indignação e desaprovação em relação à postura da página.
Família pede responsabilização de perfis após fake news
O advogado Ezequiel Souza, representante da família de Jéssica Vitória Canedo, emitiu uma declaração sobre a trágica morte da jovem de 22 anos, que faleceu em 22 de dezembro. Ele afirmou que a família buscará responsabilizar legalmente os perfis de notícias nas redes sociais que disseminaram fake news envolvendo Jéssica e o humorista Whindersson Nunes.
Jéssica Vitória morreu após um ataque online, desencadeado pela divulgação de conversas falsas entre ela e Whindersson Nunes. Ambos negaram a veracidade das mensagens, mas os prints continuaram a ser compartilhados, culminando na morte de Jéssica por ingestão excessiva de medicamentos.
Na nota, o advogado destacou: “Vivemos numa era em que a informação se tornou amplamente acessível, especialmente por meio das redes sociais. Nunca antes na história da humanidade a disseminação de informações foi tão rápida e significativa para a sociedade. No entanto, diante da prematura partida de Jéssica, não podemos ignorar os riscos associados à propagação de informações falsas, desconexas e inverídicas, que têm prejudicado cotidianamente a vida de inúmeras pessoas e afetado a sociedade como um todo”.
Ele acrescentou que, apesar de a liberdade de expressão ser um direito garantido pela Constituição, deve ser exercida com respeito à dignidade humana e aos demais direitos constitucionais. “Torna-se, portanto, imperativo responsabilizar aqueles que ocupam posições de comunicadores em redes sociais pelos impactos de suas ações na vida alheia, assim como determina nosso ordenamento jurídico”, afirmou Souza.
Finalizando, o advogado expressou confiança na justiça para responsabilizar os envolvidos na disseminação das fake news que contribuíram para o falecimento de Jéssica, conforme a legislação.
Polícia ouve primeira testemunha
A Polícia Civil de Araguari, localizada em Minas Gerais, realizou na terça-feira (26/12), a primeira etapa das investigações sobre o falecimento de Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos. Inês Oliveira, mãe da jovem, foi a primeira a prestar depoimento no inquérito.
Após o depoimento de Inês, a Polícia Civil planeja avaliar a necessidade de ouvir outros depoimentos relacionados ao caso. O delegado Felipe Oliveira, responsável pela investigação, explicou que o foco inicial é esclarecer as circunstâncias da morte da estudante. “Em um primeiro momento apenas as circunstâncias da morte da estudante serão apuradas“, afirmou o delegado.
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Formada em jornalismo pela escola Belas artes e Cursando Pós-graduação em Redação e revisão textual pela Universidade Nova de Lisboa- Portugal
