15 anos do Padre do Balão; relembre o caso

Padre do Balão
Padre do Balão (Reprodução/Twitter)

15 anos do Padre do Balão; relembre o caso

Há 15 anos, em 20 de abril de 2008, o Brasil e até mesmo o mundo conhecia o padre do balão. Adelir de Carli se aventurou em voar em 1.000 balões de gás hélio, com a intenção de ir do Paraná até o Mato Grosso do Sul em 20 horas de viagem. No entanto, uma tragédia aconteceu no caminho e fez com que a aventura terminasse com o sacerdote perdendo a vida.

O padre do balão nasceu em 1967, no Paraná, e virou líder religioso em 2003, assumindo a Paróquia de São Cristóvão, em Paranaguá. Ele foi o responsável pela criação da Pastoral Rodoviária, que ajudava caminhoneiros que passavam pela região. Engana-se quem pensa que a aventura partiu aleatoriamente da cabeça do sacerdote. Adelir já tinha experiência com paraquedismo. Além disso, ele queria voar com os balões para chamar a atenção e arrecadar dinheiro para as obras de um hotel para os caminhoneiros. Então, eles poderiam descansar ao passar pela cidade.

O sacerdote já havia voado anteriormente e seu objetivo era quebrar o recorde de dois estadunidenses que voaram 19 horas com balões de gás hélio. Assim, seu trajeto foi feito, especialmente, para se tornar o primeiro com a marca de 20 horas nos céus dessa maneira. Adelir trabalhava reforçando os direitos humanos e denunciou violências policiais com moradores de rua de Paranaguá.

Padre do balão fez voo teste

Antes de tentar ir até o Mato Grosso do Sul, o padre do balão foi até a Argentina em uma viagem com balões de gás hélio, que durou quatro horas e foi feita com sucesso. O teste aconteceu em 13 de janeiro, meses antes da tentativa oficial. Ele saiu de Ampére, no Paraná, e foi até San Antonio, na Argentina. No total, foram 58 quilômetros de distância, com 600 balões e altitude de 5.300 metros acima do nível do mar.

No dia da viagem, o tempo não estava nada agradável, mas Adelir decidiu partir do mesmo jeito. Chovia durante a missa especial celebrada antes da “decolagem“, e às 13h, sentado em uma cadeira que era sustentada pelos mil balões, ele partiu em busca de seu recorde. De acordo com o G1, o equipamento possuía paraquedas, capacete, roupas impermeáveis, aparelho de GPS, celular, telefone por satélite, coletes salva-vidas, traje de voo térmico, alimentos e água. “Graças a Deus estou bem de saúde, consciência tranquila, tá muito frio aqui em cima, mas tá tudo bem“, disse em contato com a equipe.

Encontrado no mar

O padre do balão ficou desaparecido por meses. Uma de suas últimas falas foi pedindo ajuda para aprender a operar o GPS. “Eu preciso entrar em contato com o pessoal para que eles me ensinem a operar esse GPS aqui para dar as coordenadas de latitude e longitude que é a única forma que alguém por terra possa saber onde eu estou. O celular via satélite fica saindo de área e além do mais a bateria está enfraquecendo“.

O último contato aconteceu ainda no dia 20 de abril, às 21h, com o sacerdote a 25 quilômetros de São Francisco do Sul, em SC. Na época, as investigações concluíram que o mau tempo fez com que o líder fosse levado até o mar. Enfim, em 4 de julho do mesmo ano, os restos mortais do padre do balão foram encontrados em Maricá, no Rio de Janeiro.