A amizade de Zeca Veloso com o engenheiro de som Michael Brauer incentivou o cantor a entrar em estúdio para gravar uma faixa. Ele queria uma mix de Brauer – que tem trabalhos com Aretha Franklin, John Mayer e Rolling Stone – que por sua vez adoraria colaborar no trabalho de Zeca.
Uma música em especial não saía da cabeça do cantor, que não parava de tocar uma canção de Djavan com Orlando Morais. Foi ela a escolhida para dar início à carreira solo de uma das maiores promessas da música contemporânea. “A Rota do Indivíduo (Ferrugem)“, que chega hoje com cara nova e na voz de Zeca em todas as plataformas digitais através da Altafonte.
O cantor é dono do sucesso “Todo Homem”, primeiro single do álbum “Ofertório” ao lado de Caetano Veloso e de seus irmãos. O single é tão calmo quanto poderoso e um achado na discografia de Djavan, com interpretação intensa de Zeca.
Um videoclipe dirigido pelo próprio Zeca, Rodrigo Sombra e Ricardo Melchiades acompanha o lançamento.
“Todo Homem” no The Voice Brasil
Por falar em Zeca Veloso, o cantor e compositor foi lembrado na edição do The Voice Brasil que aconteceu em 2021. A cantora EuLá, participante do Time Teló apresentou a canção “Todo Homem”, composição de Zeca, e agradeceu:
“Agradecer a Zeca Veloso por essa composição, porque essa música falou muito comigo nesse refrão que diz que todo homem precisa de uma mãe, ele não determina como essa mãe deve ser. Isso pra mim foi muito importante pra me liberar de uma vez por todas como mãe, como eu consigo ser mãe”, disse ela.
Confira o clipe de A Rota do Indivíduo (Ferrugem), de Zeca Veloso
Letra
Mera luz que invade a tarde cinzenta
E algumas folhas deitam sobre a estrada
O frio é o agasalho que esquenta
O coração gelado quando venta
Movendo a água abandonada
Restos de sonhos sobre um novo dia
Amores nos vagões, vagões nos trilhos
Parece que quem parte é a ferrovia
Que mesmo não te vendo te vigia
Como mãe, como mãe
Que dorme olhando os filhos
Com os olhos na estrada
E no mistério solitário da penugem
Vê-se a vida correndo, parada
Como se não existisse chegada
Na tarde distante, ferrugem ou nada
Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.