Ao contrário do que diz o senso comum, a bissexualidade não é uma fase de experimentação entre os gêneros, mas trata-se de pessoas que sentem atração por mais de um gênero. Embora esteja ganhando seu espaço, ainda existem muitos estereótipos negativos associados à comunidade bissexual que refletem diretamente na saúde dos que fazem parte desta comunidade.
23 de setembro é a data estabelecida em prol do dia da visibilidade bissexual (orientação sexual de indivíduos que se relacionam com pessoas de mais de um gênero sexual) e, neste ano, a pauta completa vinte e três anos. A história no Brasil deu início nos anos 2000, Pedro Sampaio relata ajuda de cantor famoso para se assumir Entretanto, embora a pauta exista há mais de duas décadas, o assunto segue cheio de tabus, preconceito e negligências.
Historicamente, a sexualidade das mulheres sempre foi um tabu social, e dentro deste universo em que qualquer outro posicionamento não heterossexual é repudiado ou fetichizado, as que se declaram bissexuais até hoje são rotuladas como depravadas ou libertinas. Já para o gênero masculino, a leitura é um pouco diferente, pois estes são vistos como “gays que não saíram do armário”.
O CES-MG – Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais – tem com representante a militante bissexual Fernanda Coelho do Coletivo BIL (Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas), que é referência na temática das saúdes das mulheres bissexuais. Por se tratar de um movimento específico, a bandeira foi apresentada na 1a Conferência Estadual de Saúde das Mulheres de MG, composta por três cores: rosa (que simboliza a atração por pessoas do mesmo gênero), azul (que simboliza a atração por pessoas de gêneros distintos) e a junção das duas: lilás (que simboliza a atração sexual a outros gêneros).
Entretanto, o assunto segue sendo negligenciado pela sociedade, refletindo diretamente na saúde e bem-estar da comunidade bissexual. De acordo com a revista científica Journal of Public Health, as mulheres bissexuais sofrem mais problemas de saúde mental do que as lésbicas. Se comparado às mulheres lésbicas, as bissexuais têm 64% a mais de chance de enfrentar distúrbios alimentares.
A probabilidade é de 37% maior de sofrer com automutilação e estão 26% mais tendência a sofrer com quadros de depressão. O dia 23 de setembro tem como principal objetivo reforçar a visibilidade da comunidade bissexual, assim como a abordagem da conscientização contra a bifobia no cotidiano e nas políticas públicas, especialmente nas políticas de saúde.
Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Escreve sobre entretenimento desde 2019.
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