A cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas morreram em um acidente aéreo na última sexta-feira, dia 05 de novembro. O avião decolou em Goiânia com destino a Caratinga, em Minas Gerais, há cerca de 310 km de Belo Horizonte.
O que se sabe até agora é que há cerca de 5 km do destino final, o avião se chocou com uma fiação elétrica de uma torre. A informação foi confirmada pela Companhia Energética de Minas (Cemig) e pela Polícia Civil.
O que não se sabe é por que o avião voa tão baixo ao ponto de bateu em fios de um torre de transmissão de energia. Segundo especialistas, a fiação não precisava estar sinalizada. pois estava há 5 km da pista de pouso do Aeroporto Regional de Ubaporanga, onde o avião deveria pousar. A exigência é apenas para torres que estão dentro de um raio de 4 km.
Contudo, ainda não se pode afirmar se a batida foi o motivo da queda do avião ou se ele já vinha em queda antes do choque. Investigações estão sendo realizadas por integrantes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os militares foram até a região do acidente para ouvir testemunhas e recolher partes da aeronave que auxiliem na apuração. Não há um prazo para o fim da investigação, pois depende da complexidade da ocorrência.
Em entrevista, o piloto Rafael Lacerda, que trabalha há 10 anos sobrevoando a região de Caratinga, em Minas Gerais, falou sobre a periculosidade do local. “Aquela é uma área que todos os pilotos evitam voar. A gente não sabe por que ele decidiu ir por ali”, comentou ao Correio 24 horas.
Lacerda, que também estava em voo na região no momento do acidente do avião com Marília Mendonça, ainda contou na entrevista que usava uma frequência de rádio aberta pouco antes de chegar a Caratinga e conseguiu ouvir o piloto do avião da cantora dando as instruções para o pouso.
“Ele reportou duas vezes que tinha ingressado na perna do vento, um procedimento que a gente usa para pousar. Só ouvi isso e, depois, mais nada. Aparentemente, o avião não estava em pane”, relatou.
Além de Marília, morreram no acidente Abicieli Silveira Dias Filho, tio e assessor da cantora, Henrique Ribeiro, produtor, Geraldo Martins de Medeiros, piloto, e Tarcísio Pessoa Viana, copiloto. O grupo estava em direção à Caratinga, onde um show estava programado para ocorrer na noite da sexta-feira.
Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.
