A cantora Jotta A deixou o gospel e lançou o single “Pessoa Certa” com a drag queen Aretuza Lovi no ano passado. De lá para cá, a artista se descobriu uma pessoa trans e lança agora mais um trabalho após a transição. Além disso, ela deve lançar um novo álbum em breve e não descarta grandes parcerias e canções em outros idiomas.
Em entrevista ao Mix Me, a cantora comentou sobre seu último trabalho, o single “Humano”, que teve seu lançamento no último dia de setembro. A nova canção chegou também com o vídeo nesta semana muito impactante, que levanta a pauta do processo de transição de uma pessoa trans.
“Sempre tem alguma parte. Não só artística, mas pessoal também. Nessa música eu acho que ela traz essa vulnerabilidade, que todos nós temos como ser humano. Eu trago isso na letra e eu acho que é bem interessante esse título porque ele já fala sobre vulnerabilidade, que independente disso, nós somos capazes de conquistar, de poder ser mais, né? Do que as pessoas acreditam que somos”.
“Eu estou muito feliz porque é mais um trabalho nessa nova fase, que eu estou vivendo de vida e de carreira. Essa música, ela traz uma pegada pop, bem diferente de tudo que eu já lancei. Então, a gente está com grandes expectativas principalmente para o clipe”.
“A gravação do clipe foi incrível. Eu tive a oportunidade de roteirizar o vídeo e participei mais ou menos de todo o processo de produção e de criatividade. Esse videoclipe vai além de ser um pouco polêmico, eu acho que vai trazer alguns questionamentos para as pessoas poderem questionar sobre transexualidade e alguns quesitos psíquicos também. Eu acho que vai ser bem legal a gente falar sobre isso”.
“Olha, eu acho que o Brasil é um país de muita mistura. É uma difusão muito grande. Acredito que quando a gente traz isso também na nossa essência artística, a gente pode causar mais impacto. Eu não me considero uma artista de um estilo só. Hoje, apesar de ser uma artista pop, e tudo que é popular, é o que me convence bastante.
Mas, eu posso talvez gravar um R&B agora. Como agora eu vou lançar uma música num estilo mais retro rave, mais anos oitenta. Como amanhã eu posso lançar um funk do nada. Isso é o legal de você ser uma artista brasileira. É essa mistura”.
“Eu sou extremamente eclética, eu acho que de cada estilo você pode tirar um proveito de genialidades. Principalmente nas músicas brasileiras, que eu sou muito fã. Eu cresci ouvindo música gospel também. Whitney Houston ouvi muito, porque foi o que me influenciou na questão vocal.
Mas também ao mesmo tempo minha irmã sempre ouviu muito MPB e isso acabou me influenciando bastante, Caetano Veloso, Djavan. Eu acho que esse pouco de tudo, de cada coisa, foi o que está me formando ainda como artista”.
“Olha são vários assim, mas eu acho que numa representação total. Não só artística, mas também como representação LGBT. Eu colocaria as duas, que é a Pabllo Vittar e Gloria Groove. Eu acho que essas duas artistas, eu não pensaria duas vezes, com certeza!”.
“Com toda certeza e também pode esperar muitas internacionais também. Em espanhol talvez, e em inglês também”.
Com Rafael Carvalho
Formado pela Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSUL), tem experiência como jornalismo de entretenimento e cobertura de reality shows. Apaixonado por música pop, projetos audiovisuais e televisão.
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