Guta Stresser fala de uso de remédio de R$ 6 mil do SUS e maconha medicinal

Após revelar seu diagnóstico de esclerose múltipla, Guta Stresser deu detalhes sobre o tratamento da doença. Ela está fazendo uso de um medicamento caro e de difícil acesso que está sendo oferecido pelo SUS desde 2020, além de recorrer a um óleo de canabidiol, substância derivada da maconha.

Guta Stresser
Guta Stresser fala de tratamento da esclerose com remédio de R$ 6 mil, oferecido pelo SUS, e maconha medicinal. Foto: reprodução/Instagram.

A artista de 49 anos realiza o tratamento contra a progressão da doença, ainda sem cura, com o uso diário do imunomodulador Fumarato de Dimetila, medicamento que custaria a ela cerca de R$ 6 mil por mês, caso ele não fosse fornecido pelo Sistema Único de Saúde.

“Estou super fechada com a farmácia do SUS. Esse mecanismo de acesso a medicamentos funciona muito bem. Isso sem falar que o remédio que uso é bem caro e não dá para encontrar em todo lugar. Quando se fala de esclerose múltipla, é preciso lembrar que existem vários tipos da doença e vários tipos de medicamento para tratá-la, e nem toda pessoa se adapta ao mesmo remédio. No começo, por exemplo, tive uma reação e fiquei com a pele muito vermelha, sentindo calor. Minha médica falou para insistir e, com o tempo, fui me adaptando.”, explica Guta, em entrevista ao jornal O Globo.

Por recomendação médica, a atriz também tem utilizado o óleo de canabidiol (maconha medicinal), substância encontrada em pequeno volume no caule e na folha da maconha.

“O canadibiol entra mais como um amigo. Acredito muito na potência da Cannabis na redução de determinados problemas. Ouço muitos relatos de pessoas que sentem o mesmo com o uso do canadibiol”, relata.

Ainda durante a conversa, Guta Stresser conta que desde que  revelou publicamente a doença, nesta segunda-feira (20),  tem recebido muitas mensagens de apoio e solidariedade escritos por fãs e amigos como Lúcio Mauro Filho e Natália Lage, colegas da extinta série “A Grande Família” (2001-2014).

“Quando leio tudo, começo sempre a me debulhar em lágrimas e preciso dar uma desligada. No momento em que passo por um processo de tristeza, que é esse diagnóstico assustador, fico emocionada com a “contra onda” de afeto e carinho, algo que não tem preço.”

Ela detalhou também que a primeira pessoa, fora do núcleo familiar, para quem revelou o diagnóstico foi a atriz Ana Beatriz Nogueira, que também enfrenta a doença, em forma remitente-recorrente (com a ocorrência de surtos e melhora após o tratamento), desde 2009.

“Ainda existe muito desconhecimento e preconceito com a doença. E foi muito importante me abrir com a Ana. Na hora em que contei, ela me fez rir tanto no telefone… Foi maravilhoso! Ela pediu para eu ver a sigla da minha doença e confirmou que tínhamos o mesmo tipo. E aí falou: “Lembra que eu andava lá nos bastidores de ‘Malhação’ com uma bolsa térmica cheia de refrigerante geladinho? Então, é porque o calor, para gente, é um negócio horrível”.

Com a colega, Guta foi começando a se entender melhor e a ganhar mais tranquilidade. “Com a Ana (Beatriz Nogueira), fui aprendendo muita coisa. Ela tem muito conhecimento sobre a doença e me acolheu muito e me fez tranquila quanto à questão profissional. Ana me dizia, nesse período: “Você não vê que estou sempre trabalhando, menina?”.