Fred Nicácio se revolta com intolerância religiosa: “Não foi mal entendido”

Um dos episódios mais marcantes para o público que acompanha o BBB 23, seja concordando ou não, foram as acusações feitas por Key Alves, Gustavo Cowboy e Cristian ao ex-participante Fred Nicácio. Eles se assustaram com o fato de o médico estar andando pelo quarto e justificaram o medo devido à religião do ex-colega.

Após ser eliminado do programa, Nicácio, que faz parte do culto a Ifá ficou extremamente triste ao ver a cena e de como as pessoas lidam com religiões de matriz africana. Ele comentou brevemente sobre o fato. “Isso não é interpretação equivocada, é julgamento, intolerância religiosa. Isso é muito grave. Isso machuca muito. Isso mata pessoas no Brasil inteiro. Isso destrói fé e aniquila pessoas. Isso é muito sério. Isso machuca a gente”, disse ele em papo com Vivian Amorim e Patrícia Ramos logo após ser eliminado.

Fred Nicácio voltou a comentar o ocorrido durante a gravação do programa “Domingão do Huck” após um breve pedido de desculpas vindo de Gustavo, que ficou conhecido no programa como Cowboy. “Só houve um mal-entendido da parada do Fred e espero também que fique lá dentro. O jogo é o jogo e aqui fora a gente segue a vida normal. Quero ter a oportunidade de conversar com ele na hora de sair daqui, se ele estiver disposto. E vida que segue”, disse o ex-brother.

“Eu só acho importante que a gente entenda que não foi um ‘mal entendido’, o nome disso é racismo religioso, tá? Mal entendido e outra coisa, tá meninos? [Cowboy e Cristian]. Mal entendido é quando eu entendo uma informação errada, o que aconteceu é racismo religioso, é intolerância religiosa, porque se fosse alguém rezando um terço de Nossa Senhora não teria acontecido isso. Mas como eu sou representante de uma religião de matriz africana, o contexto é levado sempre para o negativo, sempre para o perverso, sempre para o maligno. Houve uma demonização da minha fé naquele momento”, respondeu Fred Nicácio.

O QUE É IFÁ?

Fred Nicácio faz parte da religião de “Ifá”, que é um culto oriundo do continente Africano, ligado a Orunmilá. O culto é muito comum em algumas regiões de Cuba, devido ao processo de levada de pessoas escravizadas para outros locais fora de suas regiões. Por mais que tenha similaridades com o Candomblé, que também presta culto aos Orixás do panteão Africano, são religiões e cultos distintos.