Muita gente não conhece, mas quem está por trás das coreografias de sucessos como “Industry Baby” e “Wild Side” é Sean Bankhead. O dançarino, inclusive, foi o responsável por montar a apresentação de Lil Nas X no BET Awards de 2021.
“Mesmo se não trabalhasse com isso, eu ainda estaria mexendo meu corpo toda vez que a música começa a tocar. É contagiante para mim: música me faz querer bater meu pé, música me faz querer mexer meu quadril“, revelou à “Elle“.
Sean contou à publicação que tem um objetivo especial quando o assunto é a dança. “Se eu pudesse ter 100 dançarinos em um trabalho, eu teria. Estou tentando levar videoclipes e coreografias de volta para quando eu me sentia inspirado por eles. Quando eu assistia um clipe da Janet Jackson, Aaliyah, Britney Spears, por exemplo. Essas produções têm mais de 20 dançarinos, o que torna tudo mais intenso e incrível de ver, porque tem tantos corpos fazendo o mesmo estilo de coreografia juntos”, explicou.
Segundo Sean Bankhead, quando é possível, ele olha com cuidado para cada pessoa que escolhe fazer parte do seu time:
“Consigo olhar para um dançarino e ver que ele pertence à dança suave, meio R&B, meio Normani; ou então é uma pessoa com uma dança mais extravagante, fora da caixa, um tipo de trabalho do Lil Nas X”.
Por falar em Normani, Sean comentou sobre o sucesso de “Wild Side”, que teve um orçamento maior. “Antes de ‘Wild Side’, a gente fez ‘Motivation’, que já gerou um grande impacto, mas fizemos em três dias e com dois figurinos, sabe?”, contou, explicando o fato de ter buscado confrontar a imagem consolidada da cantora no novo projeto:
“Quando a gente pensa em Normani, pensa em diva, sensualidade, feminilidade, cabelo e quadril, né? Então, a gente quis fazer o oposto disso, dançar como um garoto, tomboy. Queria fazer grooves macios que as pessoas não veem desde Aaliyah. E tivemos tempo para ensaiar tudo muito bem. ‘Wild Side é a sinergia entre eu, ela, diretores, stylists, set designers. Foi bem divertido, mas muito desafiador também!”.
Sean revelou ainda que, apesar de gostar de fazer performances ao vivo, prefere trabalhar nos videoclipes. “No ao vivo, você é restrito aos elementos do palco, não tem suporte para incrementar a cena, e quem está filmando não teve o melhor ensaio, se teve algum. E tem o nervosismo de alguém errar ou um sapato sair, o que me deixa muito mais ansioso – e eu já sou uma pessoa ansiosa. (No videoclipe) Você pode criar um tesão no olhar do seu público, fazer truques com movimentos de câmera, regravar a cena para que fique perfeita, sabe?“, explicou.
Além de Normani e Lil, o coreógrafo também tem uma parceria com Missy Elliott, com direito a sete videoclipes e apresentações ao vivo. “Quando você trabalha com lendas como a Missy, que já fez de tudo e tem videoclipes históricos, existe uma pressão para manter essa maré – e melhorar!”, comentou.
“Com certeza, é a artista que me deu os trabalhos mais desafiadores da minha carreira, as experiências mais malucas. Toda vez que você pensa em um videoclipe para ela, vai ter uma suspensão, uma pintura corporal, próteses, horas de preparação. E aí você tem que entrar debaixo d’água”, completou.
Ele ainda relembrou um episódio interessante: “Uma vez ela, quis referenciar ao vivo o icônico videoclipe ‘She Is A B*tch’, mas queria começar com os dançarinos debaixo d’água. Ou seja, os dançarinos estavam todos carecas, cobertos de tinta corporal preta e precisam segurar o fôlego debaixo da água. Como é ao vivo, a música começa, o dançarino não sabe que a música começou porque está imerso, então, não consegue ver nem ouvir nada. Chega o momento, eles têm que sair da água e dançar a dança mais difícil que já aprenderam na vida, ensopados”.
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