Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan se unem contra curso antifeminista

Grandes figuras da MPB, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavam se juntaram para processar a deputada estadual Ana Campagnolo (PSL). A ação conjunta foi movida porque, ao pedir autorização para utilizar as músicas dos artistas, a deputada havia omitido o fato de que elas seriam utilizadas para embasar um curso antifeminista.

Chico Buarque
Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan se unem contra curso antifeminista (Foto: divulgação)

O processo dos cantores contra Campagnolo é embasado por ela não ter explicado o contexto no qual as canções seriam divulgadas. Segundo o advogado dos autores da ação, a réu teria solicitado o uso das produções em nome de uma livraria que utiliza seu sobrenome, sob o pretexto de que as canções seriam usadas de forma lúdica, para contar a história da MPB.

Por não ter mencionado, em nenhum momento, que se tratava de um curso antifeminista, agora a deputada enfrenta as medidas judiciais cabíveis. Segundo o advogado, o ocorrido é uma violação à obra dos artistas, que se alinham com o movimento feminista. Ana Campagnolo, no entanto, acusa os cantores de tolher sua liberdade de expressão.

“É uma tentativa coordenada de intimidação política, cerceamento da liberdade de expressão e supressão da pluralidade de perspectivas de análise sobre temas passíveis de subjetividade, como o feminismo”, afirmou a deputada em suas redes.

Campagnolo usou composições como “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque e Augusto Boal; “Flor de Lis”, de Djavan; “Super Homem – A Canção”, de Gilberto Gil; e “Ai que Saudade da Amélia”, composta por Ataufo Alves e Mario Lago. Confira abaixo alguns trechos das músicas:

Mulheres de Atenas, de Chico Buarque

(…) Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas, cadenas (…)

Flor de Lis, de Djavan

(…) Será, talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira, poeira
Morto na beleza fria de Maria (…)

Super- Homem, de Gil

Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada
Minha porção mulher, que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É que me faz viver
Quem dera
Pudesse todo homem compreender, oh mãe, quem dera
Ser o verão o apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe
O super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher

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