Depois de um hiato de quase 10 anos, o cantor e compositor Caetano Veloso apresentou na última quinta-feira, dia 21 de outubro, “Meu Coco”, seu primeiro álbum de inéditas desde “Abraçaço”, de 2012. O veterano da música brasileira, de 79 anos, reafirma sua relevância.
O novo álbum de Caetano começou a ser preparado ainda em 2019, mas foi interrompido por conta da pandemia. A vontade de realizar o projeto surgiu do desejo de gravar novas composições. Como ele mesmo conta em comunicado à imprensa, tudo começou com uma batida no violão, que ele explica ter parecido como um esboço de “algo que soaria original a qualquer ouvido em qualquer lugar do mundo”.
“Anjos Tronchos”, a faixa que saiu como single semanas antes do lançamento do álbum, mostra um lado cético do artista em relação ao momento atual, no Brasil e no Mundo. Contudo, em outras canções ele celebra a diversidade as riquezas do país, em especial à arte.
Em “Sem Samba Não Dá”, por exemplo, Caetano festeja a música brasileira e a geração recente de cantores e cantoras populares, como Marília Mendonça, Ferrugem e Simone e Simaria, que costumam ser desprezados pela crítica.
A canção também saí com um visualizer que mais mais parece um videoclipe de tão bem acabado. O vídeo conta com a participação de Preto da Serrinha, que também participa do coro da canção, e explora o visual de reflexos nos espelhos que marca o projeto.
O disco tem 12 faixas, a maioria completamente inéditas, e foi gravado no primeiro semestre deste ano de 2021, no estúdio montado na casa do cantor na cidade do Rio de Janeiro (RJ). A produção musical é assinado pelo próprio Caetano com Lucas Nunes, músico da banda carioca Dônica.
Ainda no comunicado enviar à imprensa, Caetano revela que cada uma das 12 faixas de “Meu Coco” tem vida própria. Na audição do disco, fica nítido que é o resultado de um trabalho árduo e um mergulho intenso na música brasileira, pois passa por diversos ritmos musicais: do sertaneja ao samba tradicional, com elementos de orquestra e afro-brasileiros, com direto até um fado bem dramático.
Ouça “Meu Coco”, de Caetano Veloso
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Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.