O festival Afropunk Bahia finalmente aconteceu! E o Mix Me foi lá conferir tudo o que rolou.
Marcado para 2020, com direito a pré-lançamento no Carnaval daquele ano, mas adiado por conta da pandemia, o evento ocorreu no último domingo, 27 de novembro, em Salvador.
A noite promoveu um verdadeiro encontro entre gerações da música negra brasileira: Tássia Reis com Ilê Aiyê; Mano Brown com Duquesa; Luedji Luna com Yoùn; Malia com Margareth Menezes, entre outros.
Por conta das restrições impostas neste momento de retomada das atividades culturais presenciais, o público do festival foi reduzido. Cerca de 3 mil pessoas esgotaram os ingressos e curtiram a festa no Centro de Convenções de Salvador, que recebeu pela primeira vez uma edição do maior festival de celebração da cultura negra do mundo.
Ainda como parte das cautelas necessárias na fase de retomada, todos os presentes tiveram que apresentar comprovante de vacinação completa.
Shows do Afropunk Bahia
Em formato híbrido e com apresentação da cantora Larissa Luz, o Afropunk Bahia começou com uma homenagem ao maestro baiano Letieres Leite, que morreu no final de outubro vítima da Covid-19.
A banda base do festival, formada por músicos que trabalharam com o homenageado, tocaram “Floresta Azul”, música instrumental composta por Letieres.
Tássia Reis e Ilê Aiyê
Logo em seguida, a cantora Tássia Reis subiu no palco para fazer a sua apresentação. Ela cantou sucessos como “Ouça-me”, “Se Avexe Não” e “Ah Vá”. Logo depois ela recebeu o bloco afro Ilê Aiyê para cantar “Ilê de Luz” e “Que Bloco É Esse?”.
Tássia Reis ao vivo no afropunk
Se avexe não pic.twitter.com/tk0OgVfSrv
— @portaltassia | mídias (@MidiaPtr) November 27, 2021
O bloco Ilê Aiyê foi o primeiro bloco afro a surgir no Carnaval de Salvador em meado dos anos 1970. Criado por Antônio Carlos dos Santos, mais conhecido como Vovô do Ilê, e outros moradores do Curuzu (bairro periférico de Salvador) foi um movimento inspirado na cultura negra dos Estados Unidos da época. Contudo atualmente, é uma das referências para o próprio Afropunk.
“Nós fomos criados no tempo do black power, na estética americana e é muito gratificante ver que a cultura que o Ilê criou tem inspirado esse movimento americado do Afropunk”, afirma Vovô.
Urias e Vírus
Logo depois foi a fez de Urias apresentar seu show. A cantora queridinha de Pabllo Vittar subiu no palco com uma pintura corporal que remetia à Timbalada. Ela cantou “Andar em Paz” e logo em seguida chamou seu feat da noite, o rapper Virus.
Urias e Vírus no palco do Festival AFROPUNK Bahia pic.twitter.com/NS4B00C1HM
— Mídia Central Urias (@CentralUriMidia) November 28, 2021
Malía e Margareth Menezes
Depois foi a vez da cantora Malía se apresentar no palco do Afropunk e receber a cantora baiana Margareth Menezes. A apresentação das duas era um dos momentos mais aguardados da plateia. A carioca da Cidade de Deus (bairro do Rio de Janeiro) iniciou a apresentação com dois dos seus maiores sucessos: “Fashion” e “Flow”.
Logo depois ela convidou a artista baiana, que é um dos ícones da música afropop no Brasil. Juntas elas cantaram “Minha Diva, Minha Mãe”, composição da própria Margareth em homenagem à mãe. A cantora ainda teve que improvisar um trecho de “Faraó – Divindade do Égito”, que não estava no script, mas foi pedido em coro pelo público.
não tem nada mais bonito na música baiana quando Margareth Menezes manda "EU FALEI FARAÓ Ó Ó" e o público responde "ÊÊÊÊ FARAÓ"pic.twitter.com/AkyooS7IN9
— Talita Lima (@Taliliima) November 29, 2021
Margareth ainda salientou a importância da realização do festival em Salvador e, como moradora e artista da cidade, pediu que o Afropunk Bahia aconteça todo o ano!
Luedji Luna e Yoùn
O penúltimo e também um dos mais aguardados shows da noite foi o feat entre Luedji Luna e Yoùn. A cantora, que tem se consagrado como um dos maiores nomes da música brasileira da atual geração, apresentou algumas canções do seu álbum mais recente, “Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água”.
Depois ela recebeu no palco a dupla da baixada fluminense e cantou junto com eles “Espelho”. Em seguida, deixou o palco para que a dupla apresentasse duas de suas canções principais: “Meu Grande Amor” e “Nova York”.
Para terminar o show, Luedji voltou ao palco e anunciou: “agora eu vou tocar aquela…” e, para delírio do público, cantou “Banho de Folha”.
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Mano Brown e Duquesa
Pra fechar a noite, a atração mais aguardada: o rapper Mano Brown. Figura histórica do rap brasileiro, o líder do Racionais MC’s recebeu Duquesa, rapper baiana da nova geração. “Vamos curtir o dia de hoje, que o amanhã só pertence a Deus. A vida é loca”, disse Mano Brown no logo no início da apresentação para delírio do público.
Juntos, Mano e Duquesa, cantaram o clássico do Racionais MC’s “Vida Loka – Parte 1”. O repertório ainda contou com “Negro Drama”, “Vida Loka – Parte 2” e “Jesus Chorou”.
Para Duquesa a recepção do público foi especial e ela demonstrou a alegria em ver o público cantando junto sua música “Diz”.
CANTANDO DIZ NO AFROPUNK ???? geral cantando comigo pic.twitter.com/FvUq2rkN6N
— Duquesa (@duquesa_ofc) November 30, 2021
O sucesso da primeira edição foi tamanho, que a segunda edição já está marcada, mas agora em dois dias. As datas prováveis são 26 e 27 de novembro de 2022.
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Marcelo Argôlo é jornalista e pesquisador musical. Autor do livro Pop Negro SSA: cenas musicais, cultura pop e negritude, atua no mercado de comunicação e jornalismo musical desde 2012. Nesse período, teve passagens por redações, agências e assessorias. Atualmente se dedica ao Mix Me e a projetos de produção de conteúdo sobre música pop e negritude.